quinta-feira, 14 de abril de 2011

Filosofia socrática

Sócrates, considerado uma das figuras imortais da história, condenado à morte e executado em 399a.C. Muitas ideias éticas e religiosas passaram a invocar o seu nome. O significado espiritual de seu pensamento ainda permanece vivo, apesar de não ter deixado nenhuma obra escrita. Sobre Sócrates e seu pensamento, tanto Platão e Xenofonte quanto Aristóteles deixaram os diálogos referentes a ele. É dele uma criação literária do Séc. IV, que valoriza o indivíduo de forma extrema. O exemplo de Sócrates provocou uma mudança no conceito de Arete (virtude). A sua vida tornou-se o símbolo da filosofia grega. O que caracteriza os diálogos socráticos, escritos por Platão, é a forma de perguntas e respostas. O diálogo é a forma primitiva de pensamento filosófico e o único caminho para chegarmos a entender os outros.

O pensamento de Sócrates, traçado por Aristóteles, indica que ele procurava investigar conceitualmente a essência permanente do bom, do belo, do justo. Ele procurava encontrar um ponto firme e estável no mundo moral do Homem. É nos conceitos que Sócrates assenta a nossa existência de seres morais. Nela, a realidade não flui, mas verdadeiramente é, permanece imutável. Em Sócrates não há separação as ideias das coisas materiais. São do pensamento de Sócrates a determinação dos conceitos universais e o método indutivo de investigação.

As investigações socráticas questionavam sobre os conceitos universais: O que é a coragem? O que é a piedade? O que é o autodomínio? Com o desenvolvimento constante destes tipos de investigações aprofundando até chegar a determinação dos conceitos. Ele é certamente o fundador da filosofia conceitual. Sócrates dialogava, discutia

Muitas vezes chegava fazer as pessoas reconheceram os pontos fracos das próprias reflexões. O seu interlocutor reconhecia o que estava certo o que estava errado. Ele fazia com que as pessoas retirassem de si a própria verdade. O conhecimento que vem do interior é capaz de revelar discernimento verdadeiro. Usando uma ligada à sua mãe Sócrates pretendia fazer o parto da verdade que estava dentro de seus interlocutores. Outra forma interessante de mostrar o caminho do verdadeiro é dizendo que não sabia. Desta forma expunha muita gente ao riso do público. Com sua ironia, procurando afirmar que nada sabia, conseguia expor as fraquezas do pensamento dos atenienses.

Ao afirmar não saber de nada forçava os atenienses a usar a razão. Este método da dúvida (Sei que nada sei) e o procura de uma verdade universal (conceito), foram objetivos de Sócrates. O fato de não saber incomodava Sócrates impelindo-o para o conhecimento. O filósofo neste sentido é aquele que reconhece que nada sabe e não se acomoda com o que diz saber.

O verdadeiro filósofo não é aquele que vive se vangloriando dos conhecimentos, mas o que inteligentemente sempre o busca. Sócrates buscava um fundamento para o conhecimento seguro, usando a razão humana como alicerce. Na moral Sócrates sustenta um intelectualismo caracterizado pela indicação: quem conhece o bem só pode agir bem; quem age mal o faz por ignorância. Ele não tolerava a injustiça, e desconfiava de quem detinha o poder na sociedade. Não aceitava a ideia de que as pessoas pudessem ser condenadas à morte. Assim como o pensamento dos sofistas, Sócrates se preocupava com a vida das pessoas, fazendo-as refletir sobre suas vidas e seus costumes, sobre o bem e o mal.

Foi condenado à morte aos setenta anos por causa das suas ideias. Acreditava que sua consciência e a verdade eram mais importantes do que sua própria vida.
Bibliografia:

Jaeger, W., Paidéia: A formação do homem grego, Martins Fontes, 2003.
Gaarder, Jostein, O Mundo de Sofia, Cia. da Letras, 1995.
Morra, G., Filosofia para Todos, São Paulo, Paulus, 2001.
Reale, Giovanni, Antiseri, Dario, História da Filosofia, Vol. 1, São Paulo, Paulus, 1990.

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